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sábado, 26 de fevereiro de 2011

Tudo

E todos os seus atos incrédulos, míseros e histéricos foram deixados para trás. Embolados, pisoteados, arremessados de um precipício sem volta e sem fim.
E todas as suas palavras insanas, profanas e cruéis levaram um tiro. Um tiro que calou de uma só vez, deixando um eco para mais tarde ser lembrado.
E todo o ciúme doentio, apaixonado e fictício foi substituído. Substituído pela razão que por um pequeno orifício permitido, fatídico, esquecido tomou o seu lugar.
E tudo aquilo que prendia, que omitia, que sufocava foi implodido, para só então ser explodido, para que tudo tomasse o seu lugar.
Para que tudo pudesse se libertar.
Para que...  Para que tudo pudesse...
Para que tudo... Para que tudo...
Para que tudo?
Deixe estar...

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

De "1808", Laurentino Gomes

"O começo do século XIX foi um tempo de pesadelos e sobressaltos para reis e rainhas. Dois deles enlouqueceram. Na Inglaterra, o rei George III era visto de camisolas nos corredores do palácio, com a cabeça envolvida numa fronha e um travesseiro nos braços enrolado na forma de um bebê recém nascido, que afirmava ser um príncipe chamado Octavius. [...]
Os sessenta anos em que George III reinou na Inglaterra foram entrecortados por surtos psicóticos. Num deles, passou 72 horas acordado, sessenta das quais falou sem parar. Em outra ocasião, reuniu a corte para anuncia ter concebido uma nova doutrina da trindade divina, composta segundo ele por Deus, seu médico particular e a condessa de Penbroke, dama de honra de sua mulher, a rainha Charlotte. "Nosso rei está louco", declarou o médico Richard Warren em 1788. Nos estágios finais de sua doença, George III foi entregue aos cuidados do médico e padre Francis Willis, que o submeteu a um tratamentode choque com o uso da camisa de força e uma cadeira para imobilizá-lo nos seus acessos de loucura."

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Trust

Deus te conhece e sabe o que vai te fazer bem
Se não entendes, deixa Deus cuidar da tua história
De que adianta planejar toda a tua vida agora
Pra cada passo existe um tempo, existe uma hora

Deus te vê,
Não é indiferente a tua dor.
Deus te entende
Quer te envolver de amor.
Ele quer te fazer feliz,
Tem muitos planos e sonhos pra ti,
Basta confiar,
Saber esperar e Ele agirá!

Would I believe you when you would say
Your hand will guide my every way?
Will I receive the words You say
Every moment of every day?


Espera no Senhor e tem coragem
O importante é caminhar



Well, I will walk by faith
Even when I can not see
Well, because this broken road
Prepares Your will  for me                                                      


Sempre Caminhar-Eliana Ribeiro [Composição: Diego Fernandes]
Deus te vê-Eliana Ribeiro [Composição: Diego Fernandes]
Walk by faith-Jeremy Camp

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Pretérito mais-que-IMperfeito / VIVA!

Espaço


Um passo. Outro passo. 
Espalhados,  Espaçados.
Buscavam um espaço.
Como outros tantos.
Não, não espalhados.
Juntos, misturados, partes de um todo.
Um todo embolado. Onde partes não querem ser do todo.
Lutam por um espaço.
Dão um passo.
Campo minado.
Ex-buscadores de espaço. Ou não.
Outro passo.
Vê, e passa. Vê, e passa.
Passa.
Outro passo, até o espaço.
Até que o passo passou, é passado.
Passado embaçado.
Não olhou pro lado, não aproveitou o passo.
Não percebeu que transformou o espaço num ex-passo.
E o ex-passo não é tão iluminado como o espaço que se imaginava, que se buscava.
Num ex-passo não temos mais por onde passar e passear.
Logo, permanecemos num ex-passo, um ex-passo que logo passa
e junto com você virará passado, passado-mais-que-imperfeito.


Maíta

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Xanéu nº 5

A minha tv não se conteve
Atrevida passou a ter vida
Olhando pra mim.

Assistindo a todos os meus segredos,
minhas parcerias, dúvidas, medos,
Minha tv não obedece.

Não quer mais passar novela, sonha um dia em ser janela e não quer mais ficar no ar. Não quer papo com a antena nem saber se vale a pena ver de novo tudo que já vi.
Vi.
A minha TV não se esquece nem do preço nem da prece que faço pra mesma funcionar. Me disse que se rende a internet em suma não se submete a nada pra me informar.
Não quis mais saber de festa não pensou em ser honesta funcionando quando precisei. A notícia que esperava consegui na madrugada num site, flick, blog, fotolog que acessei.
A minha TV tá louca, me mandou calar a boca e não tirar a bunda do sofá. Mas eu sou facinho de marré-de-sí, se a maré subir eu vou me levantar. Não quero saber se é a cabo nem se minha assinatura vai mudar tudo que aprendi,
triste o fim do seriado, um bocado magoado sem saber o que será de mim.
Ela não SAP quem eu sou,
Ela não fala a minha língua.
(She doesn't speak my tongue)

Não.
"Pô tô cansado de toda essa merda que eles mostram na televisão todo dia mano, não aguento mais, é foda!"


Enquanto pessoas perguntam por que, outras pessoas perguntam por que não?
Até porque não acredito no que é dito, no que é visto.
Acesso é poder e o poder é a informação. Qualquer palavra satisfaz. A garota, o rapaz e a paz quem traz, tanto faz. O valor é temporário, o amor imaginário e a festa é um perjúrio. Um minuto de silêncio é um minuto reservado de murmúrio, de anestesia. O sistema é nervoso e te acalma com a programação do dia, com a narrativa. A vida ingrata de quem acha que é notícia, de quem acha que é momento, na tua tela querem ensinar a fazer comida uma nação que não tem ovo na panela que não tem gesto, quem tem medo assimila toda forma de expressão como protesto.
Falou e disse...
Num passado remoto perdi meu controle...
Num passado remoto perdi meu controle...

Num passado remoto...
Era vida em preto e branco, quase nunca colorida reprisando coisas que não fiz, finalmente se acabando feito longa, feito curta que termina com final feliz..
Ela não SAP quem eu sou,
Ela não fala a minha língua.

Ela não SAP quem eu sou,
(Sabe nada...)
Ela não fala a minha língua.

Ela não SAP quem eu sou,
Ela não fala a minha língua.
(Quem te viu, pay-per-view.)

Ela não SAP quem eu sou,
Ela não fala a minha língua.

Eu não sei se pay-per-view ou se quem viu tudo fui eu.
A minha tv tá louca.


 

O Teatro Mágico

Composição: Fernando Anitelli

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

De "Harry Potter E O CÁLICE DE FOGO", J. K. Rowling

Se você quer saber como um homem é veja como ele trata os inferiores, e não os seus iguais.


Por Sirius Black ^^

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Venha ver da minha janela

Sem horas e sem dores
Corações sofreriam menos danos.
Além disso, viveríamos em um mundo mais pacífico.
Bastaria procurar entender, se colocar no lugar do outro.
Inúmeros foram os atos involuntários realizados, ou não realizados, que outros julgaram de forma errada.


"Foi buscando acertar que às vezes eu errei, mas quem pode acusar sem tentar compreender?" (Minha triste imperfeição-Rosa de Saron)

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Amigos

Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos.
Não percebem o amor que lhes devoto
e a absoluta necessidade que tenho deles.
A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor,
eis que
permite que o objeto dela se divida em outros afetos, enquanto o amor tem intrínseco o ciúme, que não admite a rivalidade.
E eu poderia suportar, embora não sem dor,
que
tivessem morrido todos os meus amores,
mas
enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!
Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos e o quanto minha vida depende de suas existências ... 
A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem. Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida. 
Mas, porque não os procuro com assiduidade,
não posso
lhes dizer o quanto gosto deles.
Eles não iriam acreditar.
 
Muitos deles estão lendo esta crônica e não sabemque estão incluídos na sagrada relação de meus amigos. 
Mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro,
embora não declare e não os procure.
 

E às vezes, quando os procuro,
noto que eles não
tem noção de como me são necessários,
de como são
indispensáveis ao meu equilíbrio vital,
porque eles
fazem parte do mundo que eu,
tremulamente, construí,
e se tornaram alicerces do meu encanto pela vida.
Se um deles morrer, eu ficarei torto para um lado.Se todos eles morrerem, eu desabo!Por isso é que, sem que eles saibam, eu rezo pela vida deles.
E me envergonho, porque essa minha prece é,
em síntese, dirigida ao meu bem estar.
Ela é, talvez, fruto do meu egoísmo.
Por vezes, mergulho em pensamentos sobre alguns deles.
Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos,
cai-me alguma lágrima por não estarem junto de mim,
compartilhando daquele prazer ...
Se alguma coisa me consome e me envelhece
é que a roda
furiosa da vida
não me permite ter sempre ao meu lado,
morando comigo, andando comigo,
falando comigo, vivendo
comigo, todos os meus amigos, e, principalmente,
os que só
desconfiam - ou talvez nunca vão saber -
que são meus amigos!
A gente não faz amigos, reconhece-os.
Vinicius de Moraes

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Eu posso ser, ou posso ser o oposto, ou os dois. Uma bolsa pode revelar, ou não.

Normal eu sei que eu não sou. Ou talvez eu seja para mim, já que só existe um de cada um de nós.
Disseram que as mulheres gostam de se enfeitar, e que os homens gostam disso. Observaram que a cada semana ela está com as unhas diferentes. Aah! Foi ela que disse que não tocaria violão porque as unhas estavam grandes. Eu cortaria. Eu não estou com as unhas grandes e nem diferentes a cada semana, eu não ligo para isto. Eu ligo para tocar violão.
Ainda observaram que as bolsas são legais. E mais, disseram que elas revelam a personalidade da pessoa. Pois bem, encontraram meninas felizes, loucas, e coloridas. Bem, a minha era preta. Ah, houve quem não acreditasse nessa teoria das bolsas reveladoras de personalidade. Então disse:
 __ Ah ta. Então, o que a dela diz?
E responderam: __ Que ela é séria.
Eu não sei se eu sou séria. Bem, depende do momento. Na realidade eu posso ser bem o oposto do sério. Mas a verdade verdadeira é que minha bolsa é dupla-face. Talvez eu não seja séria, e sim prática. Ou quem sabe os dois? E ainda mais um pouco, já que a outra face da bolsa é lilás estampada com flores. Talvez essa teoria das bolsas reveladoras de personalidade seja realmente um fato. Talvez eu seja exatamente como minha bolsa: você me vê séria e contida, mas na verdade dentro de mim há cor e estampa. Ou pode depender do momento: você pode me ver séria e contida ou o oposto disso, como a outra face da bolsa.
Talvez isso tudo seja uma grande baboseira. Digo isto porque a verdade mais que verdadeira é que há muito tempo que eu só uso o lado preto da bolsa a mostra. E não é porque eu esteja vivendo uma fase séria e contida, tampouco obscura, mas por preguiça mesmo.
Olha, eu não resolvi escrever pra criticar ninguém, muito menos pra me autocriticar, ou dar uma de incompreendida. Eu só achei a teoria das bolsas reveladoras de personalidade curiosa, e quis escrever sobre isso. Mas acontece é que eu acabo de constatar que eu sou uma tremenda preguiçosa. É, eu não estou com unhas diferentes a cada semana. Mas às vezes eu pinto as unhas, não é algo tão raro. O que explica eu não pintar sempre é realmente a preguiça. Aah! Talvez preguiça por achar desnecessário. E posso dizer o mesmo para a bolsa. Eu posso ser bem o oposto de preguiçosa _ é só eu querer, achar necessário. E eu também posso ser bem o contrário de desleixada, caso você tenha pensado nisto ou algo por aí.