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sábado, 17 de setembro de 2011

É estranha e chata a chuva daqueles dias em que nada da certo,
mas me intriga ver o céu chorar comigo.


sábado, 10 de setembro de 2011

"...não há nada como um lar"

“Percebe e entende que os melhores amigos são aqueles que estão em casa esperando por ti...”






terça-feira, 6 de setembro de 2011

A luz, a cor, o motivo do sorriso. O momento em que se acha o perdido.
O brilho nos olhos por um novo amor, a canção que viciou, o momento em que afinou.
Presente nas tardes de gargalhadas, era a própria tarde de gargalhadas. O barulho da manhã, a sensação de sábado. A percepção de que ainda não chegou a hora de acordar, o calendário que diz que serão três dias sem trabalho, o convite inesperado de um amigo. A paz infinita de observar o mar, a ansiedade em saber o que acontece nas próximas páginas, o banho gelado no verão. O dia em que o ônibus veio rápido e você chegou no horário, o dia em que chegou atrasada, mas nem ligou porque estava com os amigos, a hora do almoço, a hora de ir embora.
Mas não deixe ir embora, não, não deixe. Eu quero a luz, eu quero a cor, eu quero sorrir. Não quero mais perder, não quero mais olhos sem brilho, não posso viver sem minha canção, não posso perder essa afinação. Não sei mais o que são tardes sem gargalhadas, não sei mais o que não são dias bonitos. Não quero mais perder simples momentos de felicidade. Não posso deixar ir.

M.R.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Vilarejo

 

Há um vilarejo ali
Onde areja um vento bom
Na varanda, quem descansa
Vê o horizonte deitar no chão

Pra acalmar o coração
Lá o mundo tem razão

Terra de heróis, lares de mãe
Paraíso se mudou para lá
Por cima das casas, cal
Frutas em qualquer quintal
Peitos fartos, filhos fortes
Sonho semeando o mundo real

Toda gente cabe lá
Palestina, Shangri-lá
Vem andar e voa
Vem andar e voa
Vem andar e voa

Lá o tempo espera
Lá é primavera
Portas e janelas ficam sempre abertas
Pra sorte entrar

Em todas as mesas, pão
Flores enfeitando
Os caminhos, os vestidos, os destinos
E essa canção
Tem um verdadeiro amor
Para quando você for
Composição: Marisa Monte, Pedro Baby, Carlinhos Brown e Arnaldo Antunes

domingo, 4 de setembro de 2011

Fugindo dessa impressão que traz repulsa ao pensar que pode ser verdade. Um sonho, um pensamento, uma observação, uma lâmpada que se acende na cabeça, mas que não tem o poder de clarear. Não acho que seja mais uma lâmpada, mas apenas um ponto de interrogação. Estou a correr de mim mesmo? Tentando enganar a mim e aos outros sobre quem é quem aqui? Seja o que és. Mas se tento me modelar, este não sou eu? Sinto que às vezes escorrego para longe de mim. É incrível como não percebo, como lembro que disse que não seria assim. Mas quando a luz passa por aqui só observo fiapos que me prendem àquilo que eu deveria ser. Eu vivo de tentativas visando o horizonte, e sei que quanto mais eu correr mais ficará distante. Mas enquanto o tempo passa, as tentativas ganham valores e se tornam algo concreto. E eu já não posso dizer que ainda sou aquilo que era. Às vezes é como se existissem duas partes, dois mundos, duas faces. Duas pistas, e caminhar pelo meio não me parece tão errado. Razão que me governa, emoção que me domina. Dizem que tudo demais faz mal. Por isso que digo que estou certo em pensar que meu lugar é aqui. Porque sou o que quero ser, no tempo que preciso, num tempo que divido. E se não for por aí uma hora eu vou saber. Mas posso continuar a correr, nesta mesma direção, neste mesmo sentido. Porque eu sei que existe algo precioso que colabora para que as coisas se ajeitem, ainda que seja no final. Mas até a parte que chamas de final, muita coisa bonita e alegre, muita coisa que te faz pensar “valeu a pena”, irá ter passado por mim. Já que mesmo só até agora são incontáveis, indescritíveis, irreversíveis, inigualáveis, inabaláveis... E são minhas, que bom.

M.Rosa