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quinta-feira, 3 de março de 2011

Violões que choram

Ah! Plangentes violões dormentes, mornos,
Soluços ao luar, choros ao vento...
Tristes perfis, os mais vagos contornos.
Bocas murmurejantes de lamento.

Noites além, remotas, que eu recordo.
Noites da solidão, noites remotas
Que nos azuis da fantasia bordo,
Vou constelando de visões ignotas.

Sutis palpitações à luz da lua,
Anseio dos momentos mais saudosos,
Quando lá choram na deserta rua
As cordas vivas dos violões chorosos.

Quando os sons dos violões vão soluçando,
Quando os sons dos violões nas cordas gemem,
E dilacerando e deliciando,
Rasgando as almas que nas sombras tremem [...]

Cruz e Sousa

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